Ferrugem asiática
Manejo de resistência: controle mais eficiente da ferrugem asiática na soja
A doença pode destruir até 80% da lavoura e é preciso estar atento à adoção de um manejo eficiente.
O combate à ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) desponta como um dos maiores desafios na cultura da soja. A doença pode destruir até 80% da lavoura e é preciso estar atento à adoção de um manejo eficiente visando o controle e também a redução da pressão de seleção de resistência. Para atingir esses objetivos, tecnologias inovadoras aplicadas à composição de fungicidas sistêmicos – associadas à adoção de um manejo eficiente – têm demonstrado resultados efetivos no gerenciamento dos níveis de resistência desenvolvidos pelo fungo causador da doença.
A ferrugem asiática não dá trégua à soja – seja pela agressividade de contaminação em todas as fases da cultura, seja pela facilidade de alcance em grandes plantações. Para bloquear o efeito da doença, de senescência precoce das folhas às grandes perdas de produtividade, tão importante quanto proteger a planta é proteger a eficiência dos fungicidas.
Ataque sistêmico ao inimigo, por dentro e por fora
É nesse contexto que ganham destaque as novas gerações de princípios ativos entre os fungicidas. Um deles é a Metominostrobina – que apresenta uma taxa de mobilidade na planta muito superior quando comparada às demais estrobilurinas.
Quando combinada em uma mesma formulação com Triazol, como o Tebuconazol, gera um produto de excelente prevenção e controle, com maior velocidade de absorção e dois mecanismos de ação e controle.
Segundo o Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas (Frac), esse duplo mecanismo de ação é considerado essencial à manutenção da eficácia do controle da ferrugem asiática. Essa recomendação do Frac ganha ainda mais relevância diante da mutação F129L, constatada pela primeira vez na safra 2013/2014 da soja, e que tornou parte da população do fungo Phakopsora pachyrhizi mais resistente a ação de alguns fungicidas.
Dessa forma, a maior estabilidade em relação a problemas de resistência demonstrada pela Metominostrobina, permite que a molécula seja uma aliada no manejo eficiente da doença.
Outro atributo importante da Metominostrobina é sua alta solubilidade, que se traduz em facilidade de distribuição pela planta. O controle efetivo da ferrugem asiática é proporcionado por meio de ações conjuntas que agem por dentro e por fora: velocidade de absorção pela folha; movimento translaminar; ação sistêmica via xilema; e efeito que acompanha o ciclo de desenvolvimento e novos crescimentos.
Importância do manejo de resistência
O aumento da complexidade no controle de fungos requer ações coordenadas para superar desafios no campo. Na lavoura da soja, esse modelo se aplica ao combate da ferrugem asiática, por meio de um adequado manejo de resistência. O uso de soluções de forma integrada amplia o espectro de controle, com diferentes mecanismos de ação em prol de um único objetivo.
O mecanismo de ação conjunta da Metominostrobina com Tebuconazol é um pilar importante do manejo de resistência no combate à ferrugem asiática com foco em minimizar o desenvolvimento de novos mecanismos de resistência do fungo. Outra frente recomendada é o uso conjunto de produtos à base de fungicidas protetores, como o Fluazinam e o Clorotalonil.
Confira as principais práticas recomendadas para preservar ao máximo a eficácia dos fungicidas no controle da ferrugem asiática:
- Fazer o monitoramento da doença na lavoura.
- Implementar estratégia preventiva no manejo de resistência.
- Promover um rodízio com a aplicação alternada de fungicidas, sempre respeitando a época, a dose e os intervalos recomendados.
- Nunca utilizar de forma isolada um fungicida com único mecanismo de ação.
- Realizar aplicações direcionadas às fases com maior suscetibilidade à doença.
- Seguir estritamente as regras de vazio sanitário.
- Atentar para o uso recomendado da população de plantas, proporcionando arejamento foliar adequado entre as plantas, contribuindo com uma maior penetração e cobertura do fungicida.
- Realizar a semeadura alinhada ao calendário agrícola da soja, e à época de cada região.
- Promover práticas como rotação de culturas, controle de outros patógenos, adubação equilibrada, manejo da irrigação do sistema
- Nunca adotar o cultivo da soja de segunda safra (safrinha).
- Contar sempre com a orientação de um engenheiro agrônomo para definição dos fungicidas utilizados para o manejo adequado das doenças, aumentando a eficiência de controle e prevenindo o desenvolvimento de resistência.
Revisado por Ximena Maira de Souza Vilela, gerente de Produtos Fungicidas