RIZOCTONIOSE E SARNAS NA BATATA

Rizoctoniose e sarnas na batata: Como acertar no controle?

A batata é acometida por muitas doenças, exigindo cuidados especiais para que sua produção, seja garantida em quantidade e qualidade

Por cleber@seox.com.br

No Brasil, a batata é uma hortaliça bastante importante, com uma produção anual de aproximadamente 3,5 milhões de toneladas em uma área de cerca de 130 mil hectares. No entanto, a batata é acometida por muitas doenças, exigindo cuidados especiais para que sua produção, tanto em quantidade quanto em qualidade, seja garantida.

Entre essas doenças destacam-se as causadas por patógenos de solo, mais difíceis de serem controladas. Este é o caso da rizoctoniose, também conhecida mancha asfalto e as sarnas da batata, que são capazes de provocar sérios danos a esse tubérculo.

Por se tratar de doenças causadas por patógenos de solo e não existirem variedades de batata resistentes, seu controle deve ser feito de modo preventivo. Assim, convidamos Nadson de Carvalho Pontes, Engenheiro Agrônomo e professor do Instituto Federal Goiano – Campus Morrinhos, para falar sobre esses patógenos e as melhores estratégias de controle.

Principais patógenos da batata: Rizoctoniose e sarnas na batata

Vários são os patógenos capazes de afetar as batatas. Quando presentes na cultura eles podem prejudicar diretamente a germinação, a emergência, o desenvolvimento das plantas, além da produtividade e a qualidade da produção.

Dentre estes patógenos, Nadson Pontes explica que a Rhizoctonia solani e os diferentes tipos de sarnas merecem destaque.

A rizoctoniose, também conhecida como mancha asfalto em batata, é uma doença causada pelo fungo Rhizoctonia solani, capaz de provocar a formação de reboleiras de plantas doentes no campo”.

O professor explica que a infecção por Rhizoctonia solani pode ser notada inicialmente por sintomas reflexos na parte aérea da planta, que vão desde o amarelecimento e redução no tamanho, passando pelo enrolamento de folhas e formação de tubérculos aéreos.

Entretanto, os danos diretos são mais comuns nos órgãos subterrâneos da planta, gerando morte dos brotos, redução da formação e tamanho dos tubérculos, e o aparecimento de uma crosta preta na sua superfície, para a qual se dá o nome de mancha asfalto.

Quanto às “sarnas” em batata, o professor indica alguns tipos: “Sarna prateada, causada pelo fungo Helminthosporium solani, sarna pulverulenta, causada pelo protozoário Spongospora subterranea, e sarna comum, a qual é a mais frequente em cultivos de batata e é causada por bactérias do gênero Streptomyces”.

Em relação à sarna comum, a infecção se dá nas lenticelas, próximo das quais são formadas pequenas lesões circulares de cor marrom. “Com o crescimento dos tubérculos, estas lesões aumentam, podendo se apresentar como lesões de forma irregular com coloração marrom, ou manchas com superfície corticosa”, salienta Pontes.

Estas lesões podem apresentar uma depressão de até 1 cm de profundidade.

Dicas para reduzir as perdas na cultura

Tanto a rizoctoniose quanto as sarnas provocam danos nos tubérculos. Entretanto, assim como os patógenos que as causam, há diferenças entre as condições para a ocorrência destas doenças.

Dessa forma, Nadson Pontes salienta que ambas as doenças podem entrar na lavoura por meio da batata-semente. “Tal característica reforça a importância de material propagativo de boa qualidade”, diz.

O professor explica que em áreas onde já existe ocorrência destas doenças, é difícil promover total erradicação do problema, cabendo ao produtor realizar alguns manejos para reduzir perdas.

“Para a rizoctoniose, por exemplo, a recomendação é fazer o plantio mais raso em períodos mais frios do ano, isso irá favorecer a rápida emergência dos brotos, reduzindo os danos. Em relação à sarna comum deve-se manter o solo com bons níveis de umidade na fase de formação do tubérculo. Isso desfavorece a infecção pelas espécies de Streptomyces”.

Além disso, solos com pH ácido também desfavorecem o patógeno, sendo mais recomendados.

Melhores estratégias para o manejo desses patógenos na batata

Pela capacidade que este patógeno tem de se estabelecer nas áreas, mesmo na ausência de espécies hospedeiras, o ideal, segundo Nadson Pontes, é adotar o controle preventivo, por meio do fluxo de máquinas e implementos de áreas contaminadas para novas áreas.

O professor explica também que a qualidade da batata-semente é fator fundamental para evitar a ocorrência destas doenças em novas áreas. Mas além disso, a rotação de cultura com espécies não-hospedeiras auxilia os produtores no manejo.

A utilização de produtos fitossanitários no tratamento da batata-semente e aplicações em sulco de plantio também são ações importantes. O Frowncide 500 SC, da IHARA, por exemplo, é um fungicida protetor recomendado para o controle tanto da rizoctoniose como da sarna comum em batata. Este é um tradicional fungicida para o tratamento no sulco, sinônimo de eficácia e alta produtividade.

O Moncut, um fungicida sistêmico, também da IHARA, proporciona alto controle sobre a rizoctoniose. Associado ao Frowncide 500 SC oferece o melhor tratamento no sulco contra rizoctonia em tubérculos e hastes.

Estes dois fungicidas fazem parte do Esquadrão Fungicidas Sulco, que é uma combinação dos melhores produtos que ajudam no controle das principais doenças de sulco da batata.

“O uso de outros ingredientes ativos com modos de ação diferentes auxiliam na melhora da performance do controle químico e no manejo de resistência de patógenos aos químicos”, finaliza Nadson Pontes.

Revisado por Ximena Maira de Souza Vilela, gerente de Produtos Fungicidas

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